A ata da última reunião do Copom afirma que há apoio unânime quanto a manter o ritmo de 50 pontos base nas próximas decisões.
Desde a última reunião, o conjunto de informações evoluiu de maneira ambígua. De um lado, foram divulgados dados positivos sobre a inflação, com recuo dos núcleos de serviços. Também, o PIB do segundo trimestre surpreendeu para cima.
Por outro lado, o ambiente externo se tornou mais complexo, com aumento dos juros longos nos Estados Unidos.
Por aqui, as dúvidas locais sobre o cumprimento da meta de orçamento equilibrado em 2024 se intensificaram, e o real depreciou em relação ao dólar durante alguns dias.
Dessa forma, um corte de 50 pontos base da Selic para 12,75% a.a., é o mais provável com o comitê reforçando, por ora, que há unanimidade para manutenção do ritmo.
O balanço de riscos da economia segue equilibrado. O Copom provavelmente manterá a sinalização de serenidade e moderação na condução da flexibilização monetária, a fim de que se consolide o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas.
É prematuro prever a aceleração de corte neste momento, mas é possível admitir um corte de 0,75% ainda esse ano, fechando o ano dentro da expectativa mostrada no Relatório Focus de 11,50%.
A dinâmica favorável da inflação de serviços, assim como a esperada desaceleração da economia devem permitir cortes maiores na virada do ano, bem como a continuidade de redução ao longo de 2024, chegando no final do ano que vem em 9,00%.
Com esse ritmo, o estímulo da economia vindo dos juros menores e o consequente reaquecimento das atividades, particularmente do segmento industrial, começarão a ser sentidos no início de 2024 e mais intensamente em 2025. A demanda por crédito deverá seguir essa mesma dinâmica.